27 fevereiro, 2010

Andamento elegíaco

em louvor e memória de Robert Brasillach e de José Antonio

(Heróica triste para os dois)

Deixai-me que eu chore ou cante,
em mais um 6 de Fevereiro,
o poeta enfeitiçante que do mártir d’Alicante
foi irmão e companheiro.

Seu destino lancinante,
seu roteiro rutilante,
sua sorte e paradeiro:
- Deixai, deixai que eu os cante
em mais um 6 de Fevereiro.

Quero, durante um instante
passageiro e... incessante,
exumar do meu tinteiro
o exangue semblante
desse límpido e galante
mosqueteiro.

- afinal, tão semelhante
(em tudo, tão semelhante)
àquele arcanjo arquejante
que, num pátio d’Alicante
prisioneiro,
doou à luz do Levante
o seu olhar derradeiro
e, às falanges da Falange
o seu sangue de guerreiro.

Quero deter-me um instante,
aos pés do 6 de Fevereiro;
e ao poeta militante,
implorar que se alevante,
outra vez, de corpo inteiro,
por sobre o seu cativante
cativeiro!

Rodrigo EmílioPoemas de Braço ao Alto, 1982

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