28 março, 2010

Rodrigo Emílio (18/02/1944 - 28/03/2004)

Bem-hajam e até mais ver!

Quando eu morrer,
não haja alarme!
Não deitem nada,
a tapar-me:
— nem mortalha.

Deixem-me recolher
à intimidade da minha carne,
como quem se acolhe a um pano de muralha
ou a uma nova morada,
talhada pela malha
da jornada...

— E que uma lágrima me valha...!
Uma lágrima — e mais nada...

10 março, 2010

REGRESSO

Não fugi à guerra, não fui para Paris
não fugi da terra, não traí o povo,
eu fui ao combate debaixo do Sol
e voltei de novo.

Posso aquecer-me com o Sol mais quente
que me enche as veias, vinho de raíz,
não se vai à guerra e volta de novo
sem se sentir dentro a voz do país.

Posso agora olhar, olhar descansado,
as belas moçoilas, bordando ao luar
sinais de conjuro para o namorado
um dia voltar

E posso falar, falar compassado,
com o homem velho que me disse um dia:
“se eu tivesse agora a tua idade
era eu quem ia”.

João Conde Veiga

08 março, 2010

Jean Mabire, 1927 - 2006

Nous ne changerons pas le monde, il ne faut pas se faire d'illusions, ce n'est pas nous qui allons changer le monde, mais le monde ne nous changera pas.

Jean Mabire, La notion de Communauté, 12e Haute Ecole Populaire, Août 1997, St Bonnet-le-Courreau en Forez